A Justiça de São Paulo acabou com o pagamento do chamado auxílio-paletó aos deputados da Assembleia Legislativa do Estado.
A decisão foi tomada anteontem pelo juiz Luis Fernando Camargo de Barros Vidal, da 3ª Vara de Fazenda Pública, em resposta a ação do Ministério Público Estadual.
A ajuda de custo, como é chamada oficialmente, já estava suspensa desde novembro do ano passado por liminar do mesmo juiz.
A Assembleia pode recorrer da decisão, que é de primeira instância, mas ainda não decidiu se vai fazê-lo.
A segunda parte é paga apenas se o deputado comparece, no mínimo, a dois terços das sessões do plenário da Assembleia.
A Promotoria considerou a verba inconstitucional por não ter caráter indenizatório, já que a primeira parcela era paga no início do ano, independentemente de qualquer ato do deputado ou de despesas justificadas.
A Assembleia argumentava que o benefício está previsto na legislação estadual e na Constituição Federal. A Casa também ressaltava que os deputados federais e os senadores também têm direito ao dinheiro.
No mês passado, o Senado aprovou o fim dos salários extras, mas a mudança precisa ser votada na Câmara.
Em sua sentença, o juiz Vidal afirma que "o argumento de que a verba deve ser paga porque a Câmara Federal paga é desprovido de razoabilidade, lógica e coerência".
Levantamento feito pela Folha em dezembro passado mostrou que, além de São Paulo, outros nove Estados pagavam o auxílio-paletó.
Questionada sobre o fim do auxílio, a assessoria do presidente da Assembleia, Barros Munhoz (PSDB), disse que ele vai reunir a Mesa Diretora a partir desta segunda-feira para decidir se vai recorrer da decisão judicial.
A assessoria disse que o tucano não emitiria posição prévia sobre o que defende.
Ele vai tomar a decisão em conjunto com Aldo Demarchi (DEM) e Rui Falcão (PT), titulares da Mesa.
Folha
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