Um casamento conturbado perto do fim. Faltando pouco mais de dois meses para o encerramento do empréstimo, Carlos Eduardo pode ter abreviada sua passagem pelo Flamengo. O clube rubro-negro, o empresário do jogador, Jorge Machado, e o Rubin Kazan conversam para um acordo pela rescisão contratual que permitirá que o meia defina o quanto antes seu futuro. Sem chances com Jayme de Almeida, Cadu deseja seguir no futebol brasileiro e aguarda um posicionamento dos russos.
O alto salário que o colocou tão no alvo de críticas durante a passagem pelo Flamengo não seria empecilho, e conversas buscam alternativas para que o Rubin arque com parte do valor em um provável novo empréstimo. Carlos Eduardo tem contrato com o time da Rússia até 2018, e o Coritiba já se colocou publicamente como um dos interessados em seu futebol. Outros clubes brasileiros também fizeram sondagens a respeito das condições para contar com o atleta, de 26 anos.
Recentemente, o Flamengo avisou formalmente ao jogador e seu empresário de que o vínculo que se encerra no dia 30 de junho não seria renovado. Desde então, uma solução breve que agrade a todos é o desejo das partes:
- Estamos conversando com o Rubin para ver uma rescisão antecipada - disse o empresário Jorge Machado, sem se alongar a respeito do tema ou sobre qual será o futuro de Cadu.
A última vez que Carlos Eduardo entrou em campo pelo Flamengo foi no dia 20 de março, quando foi titular na derrota por 1 a 0 para o Bolívar, em La Paz, pela Taça Libertadores da América. A partir desta data, o camisa 20 sequer sentou no banco de reservas, apesar de ter sido relacionado para concentração das partidas contra Emelec, no Equador, León e na finalíssima do Estadual com o Vasco. O clima de despedida já tomou conta de todos no clube, tanto que o treinador Jayme de Almeida aproveitou a participação no programa "Bem, Amigos", do Sportv, na última segunda-feira, para avaliar o período em que trabalharam juntos.
- Tenho muito a agradecer a esse rapaz, de quem todo mundo fala muito mal. Era um jogador que, para aquele time (campeão da Copa do Brasil), era muito importante. Era o cara que segurava a bola na frente, e as pessoas não percebiam isso. Era um jogador que não criava o que ele podia porque foi muito pressionado, ele entrava em campo para não errar. Então, fazia o mínimo para não dar chance de ser vaiado. Um jogador com a qualidade dele pode meter uma bola, tentar um drible, chutar no gol. E não fez nada disso.
Apesar das críticas recorrentes, internamente há um consenso de que o elenco rubro-negro não pode ficar sem um jogador com as características de Carlos Eduardo para cadenciar o ritmo de um time marcado pela velocidade de Paulinho e Éverton. A chegada de um substituto é apontada como uma das prioridades nas investidas do clube no mercado para a disputa do Brasileirão.
Contratado no início de 2013 como principal nome do início de gestão de Eduardo Bandeira de Mello, Carlos Eduardo entrou em campo com a camisa do Flamengo em 49 oportunidades e marcou um gol: diante do Cruzeiro, no Mineirão, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Em 2014, foram apenas sete aparições.