Adolescentes se rebelam e queimam colchões no CEA

Na tarde desta quarta-feira (5), o Centro Educacional do Adolescente (CEA), em João Pessoa foi palco de uma rebelião provocada por jovens que cumprem medidas sócio-educativas no local. Várias equipes do Corpo de Bombeiros, do Samu, da Força Tática e da Rotam foram chamadas. No local há 162 adolescentes internos.

Segundo a Secretaria de Comunicação do Estado (Secom) na semana passada houve uma reunião que decidiu que o limite da entrada de alimentos levados por familiares seria reduzido. “Esta medida entrou em vigor e, nesta quarta-feira (5), os adolescentes queimaram alguns colchões e fizeram muito barulho batendo nas grades”, informou a Secom.

Por volta das 16h30, a diretora da Fundação de Desenvolvimento da Criança e do Adolescente (Fundac) Cassandra Figueiredo disse que não permitiu a entrada da polícia no Centro porque os agentes sociais, cerca de 30, foram capazes de conter o tumulto e iniciaram uma revista nos alojamentos dos internos.

Adair Lima, que é avó de um dos internos, disse a equipe de reportagem que quando chegava para visitar o neto no CEA na tarde desta quarta-feira, ouviu diversos disparos que vinham da direção do Centro. Ela disse ainda que ficaria aguardando informações sobre o estado de saúde dos internos do CEA.

A diretora da Fundac confirmou que o motivo do tumulto foi o cumprimento do regimento interno que prevê um limite menor de alimentos que a família pode levar durante as visitas.

“Alguns adolescentes estavam recebendo grande quantidade de alimentos que acabavam virando moeda de troca dentro da instituição”, explicou a diretora. Ainda de acordo com ela, a insatisfação de alguns adolescentes começou no domingo, quando o regimento interno foi posto em prática.

“Vamos apurar bem o caso, quantos adolescentes participaram, quem puxou o movimento, se o motivo é realmente a diminuição do recebimento de alimentos. Porque as vezes há uma outra motivação por trás”, adiantou Cassandra Figueiredo.

 


G1 com fotos de Aguinaldo Mota