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Victor Mateus

sábado, 16 de junho de 2012

Após caso Yoki, detetives negam ser destruidores de lares




Após caso Yoki, detetives negam ser destruidores de laresA gravação de imagens que mostram a suposta traição do executivo da Yoki Marcos Matsunaga e que teriam motivado a mulher dele, Elize Matsunaga, a assassiná-lo e esquartejá-lo, deram novo destaque para a atuação dos detetives particulares. A profissão é comumente associada a flagras de relações extraconjugais, mas detetives ouvidos pelo Terra refutam a fama de "destruidores de lares". "A gente só coloca um ponto final naquilo que já estava destruído", afirma Edilmar Lima, investigador com atuação em Brasília.

Para a investigadora Angélica Auriani, o detetive que gravou o encontro de Matsunaga com uma mulher que seria sua amante não pode ser responsabilizado pelas atitudes de Elize após receber o material. "Ele fez o seu trabalho, que é achar o flagrante", defende.

Mais de 80% das pessoas que procuram um serviço de detetive particular fazem por problemas conjugais, segundo profissionais entrevistados pelo Terra. A maioria é mulheres que suspeitam de uma traição do marido. Em muitos casos, os investigadores encontram clientes emocionalmente alterados e, às vezes, precisam prestar até um suporte psicológico.

O preço para um serviço de investigação conjugal de uma semana, com dois detetives, gira em torno de R$ 3 mil. Em alguns casos, a equipe precisa ser maior, para infiltrar ambientes ou para a campana, como é chamada a perseguição discreta.

Profissão de risco

O medo de ser notado e a exposição a bandidos tornam essa uma profissão de adrenalina constante. Existe o temor, entre os detetives, de que o cliente se arrependa de contratá-los, entregue o profissional e o investigado planeje alguma vingança.

Por isso, a discrição é fundamental, pois quando ele é descoberto, o trabalho vai todo por água abaixo. Além da campana, existem outras formas de investigação, com a utilização de diversos equipamentos eletrônicos, como microcâmeras e GPS com escutas. Em casos de fraude em empresas ou indústrias, a técnica é infiltrar pessoas dentro da empresa, como se fossem funcionários.

Edilmar Lima, detetive com escritório em Brasília, conta que em um dos casos que trabalhou, o investigado foi para um motel com a amante, e o detetive utilizou um GPS veicular que trancou o fornecimento de gasolina docarro. "Nesse momento, a gente espera o ato acontecer para só depois acionar a cliente", explica. "O detetive pode responder pelo crime se colocar traído e traidor frente a frente e acontecer uma tragédia".

Já houve casos que a empresa de Edilmar se negou a prestar serviços. Situações em que o contratante chega embriagado ou enfurecido, planejando vingança. Para ele, a atuação do detetive contratado por Elize Matsunaga foi ética: "Ele não teve participação nenhuma no crime, fez um trabalho perfeito, com imagens boas e todas em via pública, o que é importante", opina.

Para a detetive Angélica Auriani, de São Paulo, a atuação do profissional no caso de Matsunaga também foi ética. "Basicamente, o foco no caso conjugal é o flagrante. Ele agiu corretamente, foi lá e pegou o flagrante", afirma ela. Angélica conta que não pega qualquer caso porque não quer "que acabe numa tragédia". Ela explica que, antes de iniciar os trabalhos, faz uma prévia se a pessoa é agressiva, se anda armada. A profissional já recebeu inclusive pedidos para "fazer maldade", conta.

Profissão sem regulamentação

Imortalizada nos livros de Sherlock Holmes, a profissão é vista, ao mesmo tempo, cercada de glamour e descrédito. Apesar do reconhecimento do Ministério do Trabalho, o detetive particular não tem sua atuação regulamentada. Os profissionais são regidos pela Lei Federal 3099/57, sancionada pelo presidente Juscelino Kubitschek. De acordo com a legislação, os escritórios de detetives devem fornecer à polícia todas as informações coletadas, sempre que forem solicitadas.

Os cursos de detetive têm caráter profissionalizante, sem reconhecimento pelo Ministério da Educação, com custos que variam entre R$ 300 e R$ 700. O candidato precisa ter 18 anos e ficha criminal limpa. Ao término do curso, o detetive recebe uma carteira de identificação que precisa ser apresentada junto com a identidade. Em cada Estado há uma regra específica, e o profissional deverá consultar a Secretaria de Segurança ou a Polícia Federal para saber é necessário algum cadastro.

A profissão não dá o direito de portar arma de fogo. Existem diversas entidades que se intitulam conselhos representativos da profissão. No entanto, o Ministério do Trabalho alerta que estes órgãos não são legítimos, tais como muitos cursos.

Equipamentos

Os detetives particulares usam e vendem equipamentos que não deixam a desejar aos utilizados pelo espião James Bond nos filmes do 007. A criatividade para as arapongas é ilimitada - há muito tempo que a lupa foi aposentada na profissão.

Câmeras escondidas: elas podem estar em um relógio despertador, em isqueiros, gravatas, bolsas, ou até mesmo num falso botão de camisa. Algumas filmam colorido, tiram fotos em boa resolução e gravam áudio.

Escuta Telefônica: ela transforma o telefone em um gravador com mais de 50 horas de gravação. Também pode gravar o som ambiente. Também existem as micro escutas, pequenos aparelhos que recebem discretamente ligações telefônicas e a gravam o áudio ambiente.

Rastreador GPS: funciona como um celular que envia a localização do portador para os números cadastrados. O tamanho do aparelho pode chegar a uma caixa de fósforos.

Programas espiões: são instalados em computadores e celulares. Eles monitoram a atividade da pessoa, gravam sites, e-mails e mensagens.

Terra

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