O Padre Márcio Henrique Mendes Fernandes, Vigário Geral da Diocese e pároco da Catedral de Nossa Senhora da Conceição afirmou, na noite deste sábado (15) que os cristãos devem, assim como Jesus, “enfrentar a cruz antes da glória”. Ele se referia ao Evangelho deste domingo (16), que fala da Transfiguração do Senhor, quando Jesus subiu ao Monte Tabor para rezar e se preparar para a sua crucificação e glória.
Segundo Pe Márcio, a Quaresma é um convite “para que mergulhemos com Jesus no deserto, numa luta contra as tentações, contra o diabo. É um tempo de retiro. Não no deserto ‘lugar geográfico’, mas no deserto do coração. Eu diria que esse convite quaresmal é um convite para combater dentro do nosso coração aquilo que não corresponde com a Palavra de Deus, com a nossa vida Cristã”.
Ele afirmou que a batalha travada pelo cristão na Quaresma é contra “os demônios interiores que preenchem nosso coração” e lembrou que a Quaresma “é um convite para que, através da oração, penitencia, caridade, escuta da Palavra de Deus e confissão, nos ajude a combater as tentações, a destruir dentro de nós o pecado”.
Na homilia sobre a Transfiguração do Senhor, Padre Márcio disse que Jesus se transfigura diante dos seus discípulos e mostra como vai ser seu final. “Ele está mostrando para nós que nós também vamos passar por aquela mesma gloria. É uma antecipação da ressurreição”.
Na verdade Jesus estava mostrando aos discípulos que, antes da ressurreição, existia a cruz, mas eles não entenderam. “Foi uma forma de motivá-los a não fugir da cruz. Os discípulos quiseram construir três tendas e ficar por ali mesmo, contemplando aquela imagem maravilhosa. Quantas vezes nós também queremos fugir da cruz?”, questionou.
Ele finalizou a homilia afirmando que todos precisamos “sair de nós mesmos para um nós renovado, transfigurado na imagem do Cristo. É para isso que somos chamados, para sair do homem velho, da carcaça do pecado, para que apareça em nós o Cristo”.
Ele pediu para que os fiéis aproveitem o tempo da Quaresma, que chega ao segundo de cinco finais semana, quando atingiremos a Semana Santa. “É um tempo para que possamos refletir profundamente: porque você não está coerente com a palavra de Deus e o que precisa mudar”, disse.
Segundo Pe Márcio, embora este seja um momento propício para abandonar aquilo que nos faz mal, como os vícios, por exemplo, tem gente que chega na Quaresma e diz: ‘eu não consigo parar de fumar’. “Não consegue? Claro que consegue. É só ter fé. Vai parar só quando não tiver mais jeito? A Quaresma é um chamado para valorizar a vida. Assim é a nossa intenção e é assim que nós desejamos para cada um”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário