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Victor Mateus

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Justiça condena deputada acusada de participar do 'mensalão do DEM' a devolver R$ 620 mil




euridesO juiz Álvaro Ciarlini, da 2ª Vara de Fazenda Pública do Distrito Federal, condenou a ex-deputada distrital Eurides Brito (PMDB), em ação de improbidade administrativa, a devolver R$ 620 mil aos cofres públicos nesta terça-feira (5). O valor corresponde à soma da suposta mesada de R$ 20 mil que ela teria recebido durante 31 meses (entre 2006 e 2009) em troca de apoio ao Executivo na Câmara Legislativa do DF, dentro do escândalo de corrupção do governo do DF que ficou conhecido como mensalão do DEM.



O juiz determinou ainda o pagamento de uma multa de R$ 1,86 milhão e mais R$ 1 milhão a título de danos morais à população do Distrito Federal.  Ela poderá recorrer da decisão. Ao UOL, Eurides Brito disse que ainda não tinha sido informada oficialmente da condenação e que não comentaria o assunto.

A ex-deputada ganhou fama nacional ao ser flagrada colocando maços de dinheiro na bolsa em vídeo produzido pelo delator da Operação Caixa de Pandora da Polícia Federal, o ex-secretário de Relações Institucionais do governo do DF, Durval Barbosa.

Em junho de 2010, ela foi cassada por quebra de decoro parlamentar e perdeu os direitos políticos por oito anos. Um mês antes, a cassação dela havia sido aprovada na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Legislativa do DF por unanimidade.

Outros envolvidos

Outro ex-deputado distrital que, com o esquema, ficou conhecido como o “deputado da oração da propina”, foi solto na madrugada de hoje (6) da Divisão de Operações Especiais da Polícia Civil, onde esteve preso por nove dias.
Junior Brunelli é acusado de formação de quadrilha, peculato, lavagem de dinheiro e uso de documento falso e é apontado como o chefe de um esquema de desvio de pelo menos R$ 1,7 milhão. Ele teve a prisão temporária decretada após a Polícia Civil deflagrar a Operação Hofini, que investiga um suposto esquema de desvio de verbas de emendas parlamentares que seriam liberadas pela Secretaria de Desenvolvimento Social (do DF) para uma associação ligada a parentes de Brunelli. O ex-distrital nega. Seu advogado não atendeu aos telefonemas do UOL.

Relembre o caso

Em 27 de novembro de 2009, a Polícia Federal deflagrou a operação Caixa de Pandora, que investigava um suposto esquema de arrecadação e pagamento de propina em troca de apoio político – no caso dos distritais – e para garantir a manutenção e conquista de contratos – com relação às empresas.
O esquema envolvia o então governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (ex-DEM), servidores e deputados distritais. Todos negam o envolvimento.
De acordo com o inquérito da PF, o dinheiro arrecadado era dividido entre Arruda, o vice-governador, Paulo Octavio (ex-DEM), secretários e assessores da administração do governo do DF, além de parlamentares.
O caso resultou na prisão e, depois, queda de Arruda à frente do Palácio do Buriti. O vice renunciou depois de menos de duas semanas no posto.O então presidente da Câmara, Wilson Lima (PR)  foi obrigado a ocupar um mandato-tampão, até que foram foram convocadas eleições indiretas (apenas os deputados distritais votaram) e foi eleito um aliado político do ex-governador e de seu antecessor, Joaquim Roriz; o peemedebista Rogério Rosso. À época, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, chegou a defender a intervenção federal no DF.
Na Câmara Legislativa, além da saída de Eurides Brito, dois distritais renunciaram ao mandato para fugir da cassação; Leonardo Prudente (ex-DEM) e Junior Brunelli (PSC).


UOL

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