Antes mesmo do período permitido pela lei para início das campanhas eleitorais pela internet, o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais járegistra um alto número de denúncias referentes a essa prática. Quatro de cada dez casos são referentes à publicidade política na rede mundial de computadores, e uma das opções disponíveis aos pré-candidatos são os perfis em redes sociais, que estão sendo vendidos, com a promessa de até 500 mil seguidores.
Um anúncio na internet destinado, entre outras pessoas, a políticos e pré-candidatos, garante que, ao comprar um perfil no Twitter por R$ 400 - o preço mais baixo -, o tuiteiro já terá 10 mil seguidores. Por uma quantidade cinco vezes maior de seguidores, seriam desembolsados R$ 1.200, segundo promessa feita no perfil "Artistas e Políticos".
"Quer estar entre os mais seguidos do Twitter? Garantimos 50 mil seguidores inicialmente", diz a chamada principal da propaganda no microblog.
A tabela de preços disponível também oferece outras alternativas, como a de contas com 20 mil, 30 mil, 190 mil e 260 mil seguidores. Os custos variam de acordo com esses números.
Risco. Os candidatos, entretanto, poderão enfrentar problemas com a Justiça Eleitoral caso optem por comprar esses perfis para usar no próximo pleito.
O promotor eleitoral Edson Resende afirma que a aquisição de contatos de pessoas pela internet é proibida pela lei. "Não é permitido comprar cadastros de endereços eletrônicos", disse.
Rezende lembra que quem estiver seguindo o perfil comprado por um pré-candidato vai passar a seguir essa pessoa sem saber, forçando um contato entre os dois. "O candidato vai passar a ter contato com um público que ele não conhece, que foi comprado", destaca. O promotor afirma que esse tipo de prática pode resultar em impedimento da candidatura ou cassação do diploma, no caso de o candidato ser eleito.
"Toda propaganda eleitoral na internet tem que ser gratuita", reforça o presidente da Comissão Eleitoral da OAB Minas, Rodolfo Viana.
Interesse
Negado. O responsável pelo anúncio de vendas de perfis no Twitter não quis conversar com a reportagem. Ele disse não se interessar pela matéria porque não seria divulgado o número de seu telefone.
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