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Victor Mateus
segunda-feira, 7 de maio de 2012
François Hollande é o novo presidente da França
O candidato socialista François Hollande é o presidente eleito da França, após desbancar o atual mandatário conservador Nicolas Sarkozy no segundo turno da votação, neste domingo. Com o resultado, o país europeu volta a ter um presidente socialista após 1995, quando François Mitterrand saiu do palácio do Eliseu.
O Ministério do Interior francês declarou a vitória de Hollande por volta das 0h50 locais de segunda-feira (19h50 de domingo em Brasília). Com 99% das urnas apuradas, o socialista teve 51,7% dos votos válidos, contra 48,3% de Sarkozy. Na manhã desta segunda, os números definitivos foram divulgados. Hollande obteve 51,62% (18.000.438 votos) e Nicolas Sarkozy ficou com 48,38% (16.869.371 votos). No total, foram registrados pouco mais de 2 milhões de votos brancos ou nulos.
Pouco antes da divulgação do resultado oficial, Hollande discursou para militantes socialistas em frente à praça da Bastilha, na capital Paris, local de comemoração das vitórias do partido. No ato, agradeceu o apoio e voltou a dizer que os franceses "escolheram a mudança".
"Eu escutei o grito de mudança de vocês para ser o seu presidente da República. É o tempo para reparar, recuperar e unir a França. Essa não é uma vitória de vingança, rejeição e amargura", afirmou Hollande.
"Vocês são muito mais que um povo que quer a mudança, são um movimento que se levanta por toda a Europa e, talvez, por todo o mundo para promover nossos valores, nossas aspirações e nossas exigências de mudança".
O socialista ainda pediu que os militantes continuem mobilizados. "Há muito o que fazer nos próximos meses, e para começar, dar a maioria ao presidente da República", disse Hollande, referindo-se às eleições legislativas de 10 e 17 de junho.
Com essa virtual vitória, ele se torna o segundo presidente socialista da Quinta República Francesa fundada pelo general Charles De Gaulle em 1958, depois de François Mitterrand, chefe de Estado de 1981 a 1995.
AUSTERIDADE
Mais cedo, em seu primeiro discurso como presidente eleito da França, Hollande afirmou que diminuirá as medidas de austeridade propostas pela União Europeia para diminuir a dívida pública. As declarações foram feitas na cidade de Tulle, região central da França.
"A austeridade já não é mais inevitável", afirmou Hollande. "A austeridade fiscal na Europa não pode ser uma fatalidade".
O socialista também afirmou que os franceses "escolheram a mudança", em referência ao adversário conservador, que tentava a reeleição. "Estou feliz por ter trazido de volta a esperança".
"Comprometo-me a servir meu país com a entrega e o modo exemplar que requerem a função", em discurso em Tulle, no centro da França, antes de viajar ao comitê central na capital Paris. "Quero ser o presidente de todos. Somos apenas uma nação, que vive com justiça, liberdade e igualdade".
Hollande ainda garantiu a recuperação dos serviços públicos, como saúde e educação.
VITÓRIA
O socialista venceu o segundo turno das eleições para o Palácio do Eliseu, neste domingo. O presidente conservador Nicolas Sarkozy reconheceu a derrota para o adversário, que assumirá o cargo em 15 de maio.
Em discurso a seus partidários, Sarkozy já admitiu a derrota para o socialista e afirmou que ligou para Hollande, desejando-lhe "boa sorte".
"Aceito essa derrota por causa dessa França aberta, democrática", disse ele, aclamado aos gritos de "Nicolas, Nicolas" por uma multidão em Paris.
"Tentei fazer o melhor para proteger o povo francês. Apesar dos milhões que votaram em mim, nós falhamos. Vocês me apoiaram, mas não tivemos êxito", acrescentou.
PARLAMENTARES
Sarkozy ainda pediu que o UMP, seu partido, permaneça unido para as eleições parlamentares, acontecerão em junho. "Não se dividam, permaneçam unidos. Temos que ganhar a batalha das legislativas", afirmou o presidente em reunião fechada com partidários.
O chanceler francês do governo Sarkozy, Alain Juppé, foi o primeiro ministro a se manifestar sobre o pleito, e voltou a dizer que o foco do partido serão as eleições legislativas.
"Sarkozy fez uma campanha magnífica. Os milhões de franceses que votaram nele merecem essa consideração. Nós não o abandonamos, voltaremos na batalha das legislativas".
FOLHA
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