O PSDB examina pedir investigação ao Ministério Público para apurar suposta participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no esquema de compra
Lideranças de partidos de oposição trataram as declarações como a confirmação de fatos que eram tratados antes como evidências. Na oposição, há a expectativa de que novas revelações e detalhes do esquema virão à tona por outros réus que esperavam proteção do esquema de corrupção, mas que estão sendo condenados no julgamento do processo em curso no Supremo Tribunal Federal (STF). "A perspectiva de prisão vai soltar a língua de muita gente", afirmou o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR).
"Em um esquema criado no coração do governo é evidente que o presidente sabia e avalizava. Nós sabíamos que José Dirceu (ministro da Casa Civil) operava e que Delúbio (ex-tesoureiro Delúbio Soares) distribuía o dinheiro, com a orientação do presidente", disse. "A garantia era o presidente. Marcos Valério não ia entrar nessa sem essa garantia", completou.
O presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), ao analisar uma representação no Ministério Público contra Lula, argumentou que todos os fatos devem ser esclarecidos. "Denuncia contra qualquer pessoa, da mais importante à mais humilde, deve ser apurada sem qualquer prejulgamento. É importante que tudo fique claro o mais breve possível, inclusive o que envolva o ex-presidente Lula", afirmou Guerra.
PT reage. O líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP), desqualificou as declarações atribuídas por Marcos Valério na reportagem da revista Veja. Ele disse que o povo conhece Lula. "Vão quebrar a cara aqueles que querem tentar envolver o presidente Lula nesse processo. O presidente Lula teve um procedimento correto. O povo brasileiro sabe quem é Lula e o que ele fez de bom", defendeu o petista, descartando impacto político das declarações atribuídas a Valério na proximidade das eleições.
Tatto afirmou que Marcos Valério teve várias oportunidades - quando a denúncia foi feita ou quando prestou esclarecimentos ao Ministério Público - para contar o que sabia. "Se ele não o fez antes, é porque agora está mentindo", disse Tatto. "É uma fala de um réu, de uma pessoa que está na iminência de ir para a cadeia. A credibilidade não existe. É a fala de quem está desesperado e tenta envolver outras pessoas de bem", completou Tatto.
Agência Estado
Nenhum comentário:
Postar um comentário