Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que o tabagismo é considerado a principal causa de morte evitável no mundo. No Brasil, onde 18% da população com mais de 15 anos é fumante, 200 mil pessoas morrem em decorrência do vício em cigarros. Mesmo com esses dados alarmantes, o Inca também aponta uma diminuição de 40% no número de fumantes, a partir de 1989.
A psicóloga Eunice Chaves revelou que quase sempre as pessoas chegam aos locais de tratamento procurando pela medicação, mas acabam descobrindo que podem chegar a seus objetivos com a terapia. “A dinâmica começa desde a acolhida, pois muitos sabem o que estão procurando, mas não sabem como funciona o tratamento”, disse. Para se livrar do vício, de acordo com ela, é imprescindível que a vontade parta da própria pessoa. “Tem que querer estar aqui. Só assim conseguiremos aplicar o tratamento e alcançar as mudanças de hábito desejadas”, frisou.
Segundo Eunice, entre 50% e 70% dos pacientes que procuram os centros para se livrar do vício do cigarro alcançam resultados positivos. É o caso de Isaías Alves. Ele fumou durante 54 anos e decidiu parar depois que viu um irmão morrer em decorrência de um câncer no pulmão. Hoje, não fuma mais e atesta que a terapia foi essencial para o alcance desse objetivo. “Coloquei na cabeça, no momento em que parei de fumar, que eu nunca fumei na minha vida, e acreditei, porque até hoje eu não sinto mais vontade de fumar”, contou.
Outra paciente, Janaína Barreto, tem consciência de que precisa parar de fumar. Ela diminuiu consideravelmente o consumo e já se sente uma vitoriosa, desde que começou o tratamento. “Passei por uma cirurgia no pulmão e já tomo medicação para deixar de fumar há 10 anos. Mas só consegui melhorar do vício depois que entrei em tratamento no centro. Ainda fumo, mas a freqüência é mínima. Tenho fé de que deixarei por completo, em breve”, disse.
Bernadete Queiroz também é atendida no Centro e contou o segredo do resultado positivo na vida dos pacientes: a troca de experiências com outras pessoas do grupo. Para ela, foi difícil largar o vício, que durou 44 anos. “Entrei em depressão, chorava muito. Mas aqui no centro encontrei o apoio que precisava para conseguir o que eu tanto desejava”, afirmou a aposentada, que está em tratamento há apenas três meses e não fuma há 17 dias.
Secom-JP
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