Confira a carta na integra:
CARTA ABERTA À POPULAÇÃO E À COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA
Hoje, não raro, somos obrigados a lecionar em turmas superlotadas, enfrentamos uma insana corrida para minimizar os efeitos de uma histórica perda salarial ao assumirmos atividades que nos esgotam física e emocionalmente. Afinal, tem sido destacado pelos sucessivos governos, especialmente a partir da década de 1990, que precisamos demonstrar produtividade. A precarização das atividades docentes está promovendo de forma crescente o adoecimento dos trabalhadores nas universidades.
O que queremos com esta greve é exigir o cumprimento integral do acordo assinado no ano passado que previa, até o fim de março, a conclusão da reestruturação da carreira docente e o atendimento da pauta de reivindicações protocolada no Ministério do Planejamento e no Ministério da Educação, referente à Campanha Salarial 2012.
A carreira docente está desatualizada e a proposta do governo reitera as deformações históricas. O ANDES-SN propõe uma carreira com 13 níveis, variação remuneratória de 5% entre níveis, a partir do piso para regime de trabalho de 20 horas, tendo como referência o salário mínimo do DIEESE de R$ 2.329,35. Atualmente, o vencimento básico do professor no início de carreira corresponde a menos de um salário mínimo.
O mesmo governo federal, que se nega a atender a pauta de reivindicações dos professores com a justificativa do impacto no orçamento, gastou R$ 708 bilhões com pagamento da dívida externa e interna no ano de 2011, ao mesmo tempo em que investe apenas 4% em educação. E nós defendemos 10% do PIB para educação pública e de qualidade!
Neste momento admitimos que nossa greve será tão vitoriosa quanto mais apoio da população pudermos dispor. Nossas reivindicações extrapolam a questão salarial e se junta à luta dos trabalhadores e trabalhadoras por condições dignas no exercício da sua profissão.
João Pessoa, 21 de maio de 2012
COMANDO LOCAL DE GREVE/UFPB
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