O zumbido, aquele ruído persistente e incômodo nos ouvidos que pode arruinar a vida das pessoas, pode ser aliviado significativamente com uma nova combinação de tratamentos, segundo artigo publicado na edição desta sexta-feira (25) da revista médica The Lancet.
A técnica usa treinamento psicológico e terapia auditiva em pequenos grupos para reduzir o incômodo e fazer a mente voltar a se concentrar de forma que não se fixe no som.
Após 12 meses, os pacientes do grupo que recebeu cuidados especiais tiveram uma melhora de 33%, em média, dos problemas causados pelo zumbido, em comparação com um ganho de 13% no grupo que recebeu "cuidados usuais".
A pesquisa foi conduzida por Rilana Cima e Johan Vlaeyen, da Universidade de Maastricht.
"Nós não fazemos nada com relação ao som em si", explicou Cima. "Mesmo que as pessoas ainda ouçam o som após a intervenção, elas dizem se sentir curadas. Eu digo aos meus pacientes, 'o zumbido precisa ser como um sapato no seu pé - tem que ser algo que você sente continuamente se quiser, mas não (sente) se o neutraliza", acrescentou.
Cima reconheceu que o tratamento parece caro, visto que demanda a ajuda de alguns especialistas trabalhando em pequenos grupos por longo prazo.
"É caro, mas fizemos uma longa análise econômica e, de uma perspectiva social, é apenas um pouco mais caro do que o cuidado usual", afirmou.
Em um comentário, o especialista alemão em zumbidos, Berthold Langguth, da Universidade de Regensburgo, disse que as técnicas individuais usadas na pesquisa holandesa não eram novas em si.
O que é novo, afirmou, foi a forma como os tratamentos foram combinados por uma equipe multidisciplinar, cujos resultados foram, então, examinados com rigor.
Enquanto não há cura, o experimento foi amplamente benéfico, marcando "o fim do nihilismo terapêutico" com relação ao zumbido, afirmou.
AFP
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