Dois policiais militares foram expulsos de quadros da PM na Paraíba, segundo publicação no Diário Oficial do Estado (DOE) nesta quarta-feira (3). As condutas classificadas como de "alto grau de reprovação social" e que ferem o "decoro da classe e o sentimento de dever" levaram à exclusão dos ex-cabos Lúcio Edísio de Negreiros Lima, condenado por chefiar uma quadrilha especializada em explodir bancos; e José Jorlânio Nunes de Lima, condenado por tentativa de assassinato e acusado de matar prostitutas e homossexuais no Sertão do estado, conforme a publicação no veículo oficial.
O ex-cabo Jorlânio, do 12º Batalhão da PM, foi preso em 2012. Ele é acusado de cometer cinco assassinatos na cidade de Patos entre os meses de agosto e dezembro de 2011. Por uma tentativa de homicídio, já foi condenado em júri popular a 10 anos de reclusão.
"Consta na sentença condenatória que o crime praticado pelo militar estadual teve como motivação a homofobia e com circunstâncias que demonstram “intelorência comportamental e aversão ao outro”, consta no DOE desta quarta-feira. O policial permanece cumprindo pena na sede do 3º Batalhão da Polícia Militar de Patos.
O delegado Hugo Lucena responsável pela investigação, disse à época que "ele escolhia vítimas aleatoriamente, tanto que o intervalo entre um homicídio e outro é variável, mas a forma de execução é sempre a mesma. Se pelo modo de agir ele se enquadra no conceito de serial killer, é plenamente possível defini-lo assim". As características das execuções e os locais tinham o mesmo perfil: as vítimas eram garotas de programa, homossexuais e travestis que atuavam próximo à linha férrea de Patos, em uma ponto conhecido como “Campo da Buraqueira”.
Já o ex-cabo Edísio, do 10º Batalhão da PM, foi condenado por "condutas merecedoras de alto grau de reprovação social", preso em flagrante em 2013 por comandar uma grupo especializado em explosões a bancos. Ele foi condenado a 9 anos e três meses de prisão, além de pagamento de 90 dias multa.
A prisão aconteceu na casa do policial, no conjunto Rocha Cavalcanti, em Campina Grande, onde foram apreendidos diversos explosivos e materiais usados nos crimes, como armas e munições. A polícia encontrou dinheiro manchado com a tinta que o caixa eletrônico solta quando é explodido, uma solução para tirar as manchas, capuzes e grampos, que eram jogados na pista durante a fuga.
G1
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