Decepção e tristeza foram sentimentos que tomaram uma multidão que assistiu, assim como o pequeno Tomaz Magalhães da Rocha, à derrota histórica do Brasil para a Alemanha, no Mineirão, em Belo Horizonte. Caindo em lágrimas, o garoto de 9 anos, morador da capital mineira, foi mostrado durante a transmissão da partida, que dificilmente será apagada da memória dele. O choro do menino, logo após o quarto gol da seleção alemã, representou a emoção de muitas pessoas naquele momento, em que o hexacampeonato se adiava por, pelo menos, mais quatro anos. “Eu senti decepção e tristeza porque eu achei que o Brasil ia ganhar o jogo, só que aí eu chorei porque eu vi que o Brasil não ia conseguir”, contou Tomaz, enquanto assistia ao jogo entre Holanda e Argentina nesta quarta-feira (8).
Em dez minutos de jogo, entretanto, a empolgação do garoto, que cursa do 4º ano em um colégio particular de Belo Horizonte, começou a ser freada e parou, de vez, quando a Alemanha balançou a rede brasileira pela quarta vez. “No primeiro gol, eu até que não fiquei tão triste, não. Porque o Brasil podia empatar e virar o jogo e também porque não foi culpa do Júlio César, foi mais da zaga, mesmo. O segundo gol, eu já fiquei mais preocupado. No terceiro, eu fiquei mais preocupado ainda. E, no quarto, eu achei que o Brasil não tinha mais condições de empatar”, descreve. Para ele, aquele placar, no primeiro tempo, era algo muito sério. “Onde já se viu?”, questiona.
Aos 25 minutos da partida, o menino, que não escondeu a emoção, só desejava que aquela sequência de gols a que acabava de assistir fosse apenas uma cena de um sonho ruim. “Eu custei a acreditar que o Brasil estava perdendo de 4 a 0, porque eu achei que aquilo era um pesadelo”. Para tristeza de Tomaz e dos torcedores brasileiro, o que acontecia no Mineirão era real e estava longe do fim.
Dentro do estádio, a raiva também se fez presente para Tomaz. “Fiquei morrendo de raiva da Alemanha”, desabafa. Nesta quarta-feira (9), porém, um dia após o trauma provocado por um placar de 7 a 1, o garoto disse que a “maioria da tristeza” já passou. Ele não considera que a derrota tenha um só culpado. Se estivesse no lugar de Felipão, faria diferente na hora de definir o time para enfrentar a Alemanha. Apesar de iniciante na “carreira” de torcedor, o menino mostra firmeza para dar palpite na escalação. “Bom, eu ia começar com três volantes e depois eu ia colocar, no segundo tempo, o Bernard, para correr”, diz.
Mas, se não há como voltar o tempo em busca de um placar diferente, depois de enxugar as lágrimas, o menino quer bola para frente. O tropeço na semifinal não apagou o otimismo de Tomaz. O pequeno conta que o consolo após a derrota por 7 a 1 veio pelas palavras do pai, que falou que aquele “era só um jogo” e que o filho ainda veria várias copas. “Espero que a gente vá conseguir o terceiro lugar porque, mesmo assim, vários países participaram das eliminatórias, só 32 foram [para Copa]. E todos eles vão estar tristes, menos um, que vai ser o campeão. E o Brasil vai estar menos triste porque vai ser o terceiro”, prevê.
G1
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