A primeira greve de jogadores na história do futebol brasileiro nunca esteve tão perto de acontecer.
No documento, o sindicato dos jogadores relata que o estopim para a paralisação foi a invasão de torcedores corintianos ao CT do clube, no final de semana, e que os atletas temem pela segurança nas próximas rodadas.
Eles pedem segurança para os jogadores, mas também para todos os funcionários dos clubes. Esperam receber uma resposta até amanhã.
A notificação, na avaliação do sindicato, é o documento capaz de proteger os jogadores na Justiça caso a paralisação aconteça de fato, já que não houve tempo para a realização de uma assembleia.
O aviso de greve foi enviado mais de 48 horas antes do início da paralisação, como exige a lei. Mas o sindicato patronal dos clubes pode acionar o Tribunal Regional do Trabalho e questionar a paralisação sem ter acontecido a assembleia, outra exigência da lei.
"Faz 15 anos que tento greve, por vários motivos, entre eles segurança. Depende agora da mobilização dos atletas", disse Rinaldo Martorelli, presidente do sindicato.
O sindicato e o Bom Senso (movimento de jogadores criado em 2013 para pedir mudanças no calendário nacional do futebol, entre outras alterações) estão tentando contatar os jogadores das equipes do interior para obter adesão total à paralisação.
"Os jogadores querem parar", disse o lateral Paulo César, hoje sem clube e um dos líderes do Bom Senso.
CORINTIANOS ATACAM
No início da tarde de ontem, os jogadores do Corinthians emitiram uma nota, via site do clube, em que disseram ser favoráveis à paralisação e admitem fracasso por terem entrado em campo contra a Ponte Preta, domingo passado, um dia depois da invasão dos torcedores ao CT.
"Fracassamos por causa dos riscos contratuais do clube com os patrocinadores, com a Federação Paulista de Futebol, com a Rede Globo de Televisão e em respeito à verdadeira torcida corintiana", escreveram os jogadores.
Hoje, no entanto, os jogadores entrarão normalmente em campo contra o Bragantino
No início da noite, em entrevista coletiva, o técnico Mano Menezes mostrou-se contrário à greve.
"Eu não gosto de campanha de radicalismos. Campanha, geralmente, cria monstros. Todo mundo aponta soluções mágicas, você vai atrás dela e aumenta o problema", disse o treinador.
Até a conclusão desta reportagem, a Federação Paulista de Futebol não havia recebido a notificação do sindicato e, por isso, optou por não comentar o aviso.
Por meio de sua assessoria, a TV Globo, que é citada na nota dos jogadores do Corinthians, informou que "a segurança dos jogadores deve ser assegurada plenamente pelas autoridades estaduais e que a emissora não deve opinar sobre a melhor forma de os clubes se relacionarem com suas torcidas e patrocinadores".
Folha
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