Contestado pela sequência de empates do Corinthians em 2013 – muitos deles por 0 a 0 –, o técnico Tite voltou a amargar uma igualdade sem gols em sua última partida no comando corintiano no Pacaembu. Seu time não conseguiu coroar o sábado de festa com uma vitória sobre o Internacional.
Os dois times também ficam iguais – sem pretensões – na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro. Um pouco melhor, com 50 pontos ganhos, o Corinthians encerrará a sua campanha diante do lanterna Náutico, na Arena Pernambuco, no próximo fim de semana. O Internacional, que tem 47, receberá a Ponte Preta, no Centenário.
O jogo –Os torcedores do Corinthians se divertiram com ofensas aos gaúchos que foram ao Pacaembu para torcer pelo Internacional na noite deste sábado. Só pararam com as brincadeiras quando decidiram começar a reverenciar um profissional vindo justamente do Rio Grande do Sul.
O gaúcho Tite era a principal atração do confronto, válido pela penúltima rodada do Campeonato Brasileiro. Na última vez em que comandava o Corinthians em São Paulo, o técnico se emocionou ao ver faixas e cartazes em sua homenagem nas arquibancadas, ao escutar um coro para si e ao receber uma placa dos dirigentes que preferiram apostar em Mano Menezes em 2014.
A emoção era tamanha que Tite tinha dificuldades para se concentrar no início da partida com o Inter. Tentou se soltar com gritos e gestos que já não soavam tão naturais. De qualquer forma, sua despedida servia de motivação para os jogadores do Corinthians correrem como faziam no auge de 2012 depois do gesto de sentar no gramado para protestar em nome do Bom Senso FC.
Por coincidência ou não, o Corinthians escolheu o lado esquerdo do campo para as suas primeiras investidas contra o Inter. Era lá onde estava o improvisado Alessandro, mais um que dará adeus ao clube no final do ano. Como de hábito, o capitão superava as limitações físicas – principal razão da sua aposentadoria – com bastante disposição.
Só vontade, contudo, não foi suficiente para o Corinthians envolver o Inter no primeiro tempo. Apesar de bastante presente no campo de ataque, a equipe de Tite incorria na falta de criatividade marcante no segundo semestre de 2013. Romarinho até tentou encurtar o caminho para o gol com um chute de fora da área, cruzado, mas a bola foi para fora.
A melhor maneira que o Inter encontrou para responder ao Corinthians foi através da velocidade de Otávio e das jogadas de bola parada. Aos 33, por exemplo, Juan assustou Walter com uma cabeçada após cobrança de escanteio. Leandro Damião teve uma chance ainda melhor aos 41, ao ficar completamente livre de marcação, e atrapalhou-se na frente do goleiro.
Passado o susto e também o primeiro tempo, o Corinthians voltou a se concentrar em suas homenagens. Alessandro também ganhou uma placa. A festa para ele foi tanta que muitos torcedores não perceberam a entrada de Alexandre Pato, astro revelado pelo Internacional e em baixa em São Paulo, no lugar de Danilo, que também não havia se feito notar na etapa inicial.
Com Pato, o Corinthians ganhou mais movimentação no setor ofensivo. Foi uma arrancada de Emerson, entretanto, que mudou o panorama da partida. O Sheik carregou a bola até a entrada da área, onde foi ao chão ao encontrar com Willians. Para o árbitro Felipe Gomes da Silva, o jogador do Inter mereceu um novo cartão amarelo e consequentemente o vermelho.
Willians se revoltou a ponto de se recusar a sair do gramado. Os torcedores do Corinthians vibraram tanto quanto – mas de alegria com o fato de seu time ficar com um jogador a mais. Muitos deles recorreram a câmeras fotográficas e telefones celulares para registrar a cobrança da falta, com a certeza de gol, porém Pato concluiu por cima da meta.
Preocupado com a empolgação adversária, o técnico Clemer decidiu mexer no Inter. Colocou João Afonso na vaga de Jorge Henrique, ovacionado pela torcida da casa. No Corinthians, Tite sacou o desgastado Renato Augusto e mandou Douglas a campo, na esperança de explorar as jogadas em profundidade.
O Corinthians até melhorou um pouco depois das alterações. Não por causa de Douglas, mas porque ganhou ânimo com a expulsão de Willians, com uma série de jogadas de efeito de Emerson. Os lances alegravam o público, mas não tinham reflexo no marcador. Nem mesmo a troca de Guilherme por Diego Macedo, nos minutos finais, garantiu um adeus mais alegre de Tite à torcida do Pacaembu – que o reverenciou mesmo assim.
Gazeta Net
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