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Victor Mateus

domingo, 6 de abril de 2014

Sob a sombra da repressão, Ruanda se reconstrói 20 anos após genocídio




                                   Fevereiro de 2004 - Crânios de vítimas do genocídio são expostos no memorial da igreja de Ntarama, em Ruanda (Foto: Gianluigi Guercia/AFP)

Era 1994, o Brasil chorava a morte de Ayrton Senna, a África do Sul elegia seu primeiro presidente negro no pós-apartheid, o Reino Unido e a França inauguravam o Eurotúnel e a Otan fazia o primeiro ataque contra aviões sérvios durante a guerra da Bósnia. No mesmo ano, em 100 dias, de abril a junho, 800 mil pessoas morriam assassinadas em Ruanda. O genocídio, termo adotado após muito debate nos comitês da ONU, foi um dos episódios mais sangrentos da segunda metade do século XX, e afetou quase um terço da população do pequeno país do centro da África.

A matança de tutsis, etnia minoritária de Ruanda, começou a ser organizada poucos anos antes pelo governo de maioria hutu. O estopim foi a morte do presidente Juvenal Habyarimana, que teve seu avião alvejado, num crime até hoje não resolvido. Sem o presidente, os radicais do governo se apropriaram da administração e eliminaram opositores. A extinção tutsi virou política de Estado, campanha promovida com incentivos e ameaças e enfatizada em discursos na rádio e na TV. "Basicamente, o genocídio foi causado por um desejo de elites em manter o poder e uma população aberta à manipulação por causa da pobreza crônica", explicou ao G1 Nigel Eltringham, professor de antropologia da Universidade de Sussex, no Reino Unido.
O genocídio não apenas matou entre 800 mil e 1 milhão de pessoas (nas estatísticas do governo), como acabou com toda a já precária estrutura do país.
Vinte anos depois, no entanto, Ruanda exibe estatísticas surpreendentes: redução da pobreza de 59% em 2001 para 44,9% em 2011, um crescimento econômico de 8% ao ano, PIB per capita de US$ 1,5 mil (contra US$ 575 em 1995), 95% de taxa de matrícula no ensino primário e taxa de alfabetização de 71%. Segundo o relatório 'Fazendo Negócio' do Banco Mundial de 2013, o país aparece em 52º dos 185 países mais fáceis para fazer negócio e em 8º no ranking de melhores nações para se começar um negócio.
G1

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