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Victor Mateus
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
JK foi vítima da ditadura, diz Comissão
O vereador Gilberto Natalini (PV), presidente da Comissão Municipal da Verdade de São Paulo, declarou nesta terça-feira (10) que o ex-presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira foi assassinado após ser vítima de uma conspiração política ao morrer na Via Dutra, em Resende, em 22 de agosto de 1976. Segundo Natalini, um dos fatores mais relevantes para comprovar o assassinato é a conjuntura política da época. "O Brasil procurou jogar os crimes da ditadura militar para debaixo do tapete, não só esse, mas muitos", disse Natalini. Baseada em 90 indícios, provas e testemunhos, a Comissão da Verdade da Câmara Municipal também aponta que o laudo do exame necroscópico realizado no motorista de JK é outro fator determinante para comprovar o atentado.
“O orifício do crânio do motorista do Juscelino foi uma coisa que foi vista. O perito veio aqui e disse ‘eu vi o orifício’. O fragmento de metal dentro do crânio do cadáver na exumação ser descrito como fragmento de prego no caixão, quer dizer, aonde um prego de caixão vai entrar dentro do crânio de um cadáver? Isso é o conto da carochinha, não sei como o país pode ter acreditado nisso”, afirma ele. “E toda a conjuntura política que rolava no país naquela época, que o Juscelino partia de uma candidatura e que o Regime [Militar] não queria a candidatura dele. Isso somado às questões do Cone-Sul , vocês viram a carta do Contrera, vocês viram a articulação que houve, eles eliminaram os adversários políticos e ele foi um dos eliminados”, completou. De acordo com o relatório da comissão os possíveis mandantes do assassinato foram o Serviço Nacional de Informações (SNI), serviço de informação no Brasil, o general João Batista Figueiredo, com a participação do general Couto e Silva, além do brigadeiro Villa-Forte.
Após a conclusão do documento que declara o assassinato do ex-presidente, a Comissão da Verdade pede um novo atestado de óbito para determinar a verdadeira causa da morte de JK. “Nós vamos oficiar a presidente da República, o presidente do Congresso, o presidente do STF e o presidente da comissão da verdade Nacional pedindo para que o Brasil reconheça que o Juscelino foi assassinado e não teve morte acidental. Foi um crime provocado por um complô, por uma conspiração”, afirmou Natalini. As investigações duraram 9 meses e um dos depoimentos mais surpreendentes, segundo Natalini, foi a de um motorista de caminhão que disse ter visto Geraldo Ribeiro com a cabeça caída antes do acidente ter ocorrido. “Que o motorista de Juscelino já estava tombado com a cabeça, desfalecido entre o volante e o vidro mostra que ele já tinha perdido o controle do carro”, destaca. O perito Paulo Saldiva fará uma nova exumação dos restos mortais do motorista Geraldo Ribeiro, que teria levado um tiro na cabeça antes de bater o carro que levava JK. A data não foi informada, os vereadores aguardam uma ordem da Justiça de Minas Gerais, onde o corpo está enterrado. Apesar do crime já ter prescrito, já que passou-se mais de 20 anos, o vereador do PV ainda defende uma punição dos culpados, caso ainda estejam vivos.
G1
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