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Victor Mateus

terça-feira, 15 de julho de 2014

Aceita proposta de cessar-fogo




Aceita proposta de cessar-fogo O gabinete político e de segurança de Israel aceitou nesta terça-feira (15) a proposta para um cessar-fogo com as facções armadas na Faixa de Gaza feita pelo Egito, informou o escritório do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em comunicado.

De acordo com a nota, enviada por SMS, o gabinete, que se encontrava reunido em Jerusalém desde o início do dia, aceitou suspender as hostilidades a partir das 9h locais (3h de Brasília). Israel analisava a proposta do Egito para uma trégua, uma semana após o início da ofensiva do Exército hebreu contra a Faixa de Gaza, enquanto o Hamas exigia um acordo mais amplo para um cessar-fogo, mas rejeitou a proposta classificando a iniciativa como uma "rendição".

O braço armado do Hamas, as brigadas al-Qassam, rejeitou o texto do acordo. “Nossa batalha contra os inimigos continua e irá crescer em ferocidade e intensidade”, afirmou o grupo. Mas Moussa Abu Marzoukm, alto oficial do Hamas que está no Cairo nesta terça, disse que o movimento ainda não tomou uma decisão final. “Estamos ainda em consultas e não houve uma posição oficial feita pelo movimento em relação à proposta egípcia”, disse no Facebook.

Mediação O Egito propôs na noite de segunda (14) uma iniciativa para acabar com o conflito na Faixa de Gaza, pedindo a israelenses e palestinos que parem com as hostilidades às 3h no horário de Brasília de terça. A iniciativa egípcia prevê uma "parada total das hostilidades aéreas, marítimas, ou terrestres" das duas partes e a abertura de negociações sobre a entrada de bens no território palestino sob bloqueio.

O movimento islâmico Hamas, no poder na Faixa de Gaza, informou que recusará qualquer cessar-fogo que não inclua um acordo completo sobre o conflito, segundo seu porta-voz, Fawzi Barhum. "Um cessar-fogo sem alcançar um acordo está excluído. Em tempos de guerra não se faz um cessar-fogo para depois negociar", afirmou Barhum.

O Hamas exige a suspensão dos bombardeios, o fim do embargo comercial vigente desde 2006, a abertura de um posto de fronteira entre Rafah e o Egito e a libertação de prisioneiros.

Segundo o jornal "Haaretz", Netanyahu "é favorável ao cessar-fogo proposto pelo Egito" e pediruia aos ministros do gabinete de Segurança que votassem a favor da trégua.

O Egito se predispôs a receber, por 48 horas - após a entrada em vigor da trégua -, delegações palestinas e israelenses de alto nível para abrir as discussões em seu território. Na madrugada desta terça, a Liga Árabe apelou a israelenses e palestinos para que aceitem a proposta do Egito e suspendam os ataques.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, celebrou a proposta e espera que ela restabeleça a calma na região. Durante a refeição do Iftar - que marca o fim do jejum diário durante o mês do Ramadã - Obama destacou que Israel tem o direito de se defender dos "imperdoáveis" ataques de foguetes, mas descreveu as mortes de civis palestinos no conflito como uma "tragédia".

"Vou dizer isto claramente: nenhum país pode aceitar foguetes disparados indiscriminadamente contra civis; Israel tem o direito de se defender contra o que considero imperdoáveis ataques do Hamas. Ao mesmo tempo, as mortes e ferimentos de civis palestinos são uma tragédia. É por isto que temos reafirmado a necessidade de proteger os civis e determinar quem são e onde vivem".

O departamento americano de Estado também celebrou a proposta egípcia para um cessar-fogo esperando "que isto leve ao restabelecimento da calma o mais rápido possível", segundo a porta-voz Jen Psaki.

O secretário americano de Estado, John Kerry, deve chegar ao Cairo nesta terça para promover o cessar-fogo, e segundo Psaki, "está muito comprometido nas conversações" com Netanyahu e com o presidente palestino, Mahmud Abbas. "Os Estados Unidos estão comprometidos em trabalhar com eles e com nossos sócios regionais visando uma solução para esta situação perigosa e volátil", acrescentou Psaki.

Ofensiva de Israel deixa 186 mortos Os ataques aéreos israelenses contra a Faixa de Gaza deixaram 186 mortos e 1.287 feridos em uma semana, de acordo com o último balanço de vítimas fornecido pelos serviços de emergência, superando o registrado durante a ofensiva de novembro de 2012. Este conflito já é mais letal do que a ofensiva de novembro de 2012, que também teve como objetivo impedir os disparos de foguetes a partir de Gaza: 177 palestinos e seis israelenses foram mortos em uma semana.

Escalada de violência A mais recente escalada de tensão e violência entre israelenses e palestinos começou com o desaparecimento de três adolescentes israelenses no dia 12 de junho na Cisjordânia. Eles foram sequestrados quando pediam carona perto de Gush Etzion, um bloco de colônias situado entre as cidades palestinas de Belém e Hebron (sul da Cisjordânia) para ir a Jerusalém.

O governo israelense acusou o movimento islamita Hamas, que controla a Faixa de Gaza, do sequestro. O Hamas não confirmou nem negou envolvimento. Israel deslocou um grande contingente militar para a área da Cisjordânia, principalmente na cidade de Hebron e arredores. Dezenas de membros do Hamas foram detidos, e foguetes foram disparados da Faixa de Gaza contra Israel.

Os corpos dos três jovens foram encontrados em 30 de junho, com marcas de tiros. Analistas sustentam que eles foram assassinados na noite de seu desaparecimento. A localização dos corpos aumentou a tensão, com Israel respondendo aos disparos feitos por Gaza.

No dia seguinte, 1º de julho, um adolescente palestino foi sequestrado e morto em Jerusalém Oriental. A autópsia indicou posteriormente que ele foi queimado vivo. Israel prendeu seis judeus extremistas pelo assassinato do garoto palestino, e três dos detidos confessaram o crime. Isso reforçou as suspeitas de que a morte teve motivação política e gerou uma onda de revolta e protestos em Gaza.

No dia 8 de julho, após um intenso bombardeio com foguetes contra o sul de Israel por parte de ativistas palestinos, a aviação israelense iniciou dezenas de ataques aéreos contra a Faixa de Gaza. A operação, chamada "cerca de proteção", tem como objetivo atacar o Hamas e reduzir o número de foguetes lançados contra Israel, segundo um porta-voz israelense.

Os militantes de Gaza responderam aos ataques, disparando foguetes contra Tel Aviv. Por enquanto, só houve registro de mortes entre os palestinos – o sistema antimísseis israelense interceptou boa parte dos disparos lançados contra seu território. Os combates são os mais sérios entre Israel e os militantes de Gaza desde a ofensiva de seis dias em 2012.




G1

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