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Victor Mateus

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Após cerca de 26 horas, termina rebelião em Sergipe





                                         
                                             Mais de 400 presos mantiveram cerca de 120 reféns em presídio de Aracaju


Terminou na tarde desta segunda-feira (16), depois de pouco mais de 26 horas, a rebelião no complexo penitenciário Advogado Antonio Jacinto Filho (Compajaf), em Aracaju. O Batalhão de Choque entrou na unidade e rendeu os cerca de 400 presos que estavam rebelados desde ontem à tarde. Ainda não há informação de feridos.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, os cinco presos apontados como líderes da rebelião estão sendo transferidos para outras unidades prisionais no Estado. Os policiais realizam agora um trabalho de revista em toda a área e também nos detentos.
Os presos chegaram a manter cerca de 120 reféns --sendo três agentes carcerários e o restante, familiares-- desde a tarde deste domingo (15). Ao longo do dia de hoje, parte das vítimas foi liberada.
O assessor de comunicação da SSP, Lucas Rosário, informou que haverá dificuldade na vistoria porque muitos detentos estão sob efeito de entorpecentes –já que ingeriram substâncias químicas existentes na farmácia do presídio. “É preciso paciência, é possível que a vistoria demore cerca de 40 minutos.”
As duas escopetas calibre 12 que estavam com os detentos e outras armas não letais foram entregues à polícia. Os reféns foram levados para um prédio anexo e também passam por vistoria. “É um procedimento policial”, disse o assessor.
Mais cedo, os detentos entregaram, por meio de um advogado, uma lista com oito itens de reivindicações como condição para encerrar o motim. Na carta, os detentos exigiam, entre outros itens, o fim de possíveis agressões sofridas por eles por parte dos agentes prisionais, mudanças no regime de “revista” dos visitantes, liberação de cigarros, televisão e rádio nas celas e a saída da empresa privada que administra o presídio. Os rebelados pediam ainda agilidade da Justiça no julgamento dos processos. 
Os fornecimentos de energia e água tinham sido cortados na prisão. Dois cães de guarda do presídio foram mortos pelos presos e os detentos destelharam o prédio e atearam fogo em colchões.
“Boa parte das reivindicações feitas pelos rebelados é pertinente ao Poder Judiciário e por isso contamos aqui com a presença de representantes da Vara de Execuções Criminais para agilizar, por exemplo, a realização de audiências. Tem muitas coisas que não depende do secretário de Justiça. Do governo do Estado, nós atendemos tudo que é possível e razoável”, disse o secretário de Justiça de Sergipe, Benedito Figueiredo, momentos antes do fim do motim.

Entre os pontos atendidos pelo governo estão a liberação de cinco presos sentenciados de forma progressiva para outra cadeia pública no Estado --nos próximos 15 dias ocorrerá uma audiência com todos os internos. O horário de visitação será ampliado para das 8h às 16h.

O secretário ressaltou que não haverá a saída da direção do presídio e da administração da unidade que é realizada pela empresa privada Reviver, que cuida da alimentação, limpeza e gestão em geral dos detentos. Figueiredo não confirmou a informação de maus tratos contra os presos. “Eu admito apurar os maus tratos, mas admitir que houve, não."
Os prédios do complexo estariam depredados, segundo o secretário de Justiça, mas os presos não devem ser transferidos.

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