"Verdadeiros irmãos", foram as palavras utilizadas em uma rede social no dia 1º de abril pelo empresário Nelsivan Marques para descrever a relação com seus sócios, executados no dia em que apadrinhavam o casamento dele em Campina Grande. Ele afirmou ainda confiar na justiça e na prisão dos culpados. O empresário foi preso na manhã desta terça-feira (17), suspeito de ordenar o assassinato do casal no dia 29 de março.
Segundo o advogado Alessandro Magno, não há provas contra seu cliente. "Tudo é circunstancial, não tem nada envolvendo ele, nenhuma prova concreta", alegou. Outras quatro pessoas também foram presas na Operação Iscariotes, realizada pela Polícia Civil.
O crime aconteceu em frente a uma casa de festa da cidade, no Catolé. O casal, Washington Luiz, de 51 anos, e Lúcia Santana, de 42 anos, foi abordado pelo assassino por volta das 21h30, quando saía da festa de casamento e se aproximava do carro do casal. Eles morreram no local.
Três dias depois do crime, o empresário, que também era sócio das vítimas, publicou em sua conta pessoal no Facebook que foi "pego de surpresa" pelo duplo homicídio no dia do seu casamento. "Esse casal era muito especial na minha vida, além de sócios, eram mais que amigos, posso dizer: verdadeiros irmãos", declarou.
"Sofreram comigo angústias e dores, mas, sábado era um dia de celebração e alegria. Todavia, covardemente foram ceifadas as suas vidas. Espero, primeiramente, em Deus e na sua justiça e depois, na ação policial e na justiça terrena para fazer com que os culpados possam pagar o devido", publicou.
O advogado do preso explicou que requisitou o processo e irá provar a inocência do empresário. "Já requisitei para pegar o processo. Acredito nele, na história de vida dele, não tinha nenhum motivo para fazer isto. Eles estavam bem, tanto que a vítima foi testemunha no casamento. Quem fez mal ao casal, também fez a ele. Durante o processo vou provar a inocência dele", afirmou o advogado Alessandro Magno.
Motivo do crime
De acordo com a delegada Tatiana Matos, que comandou as investigações, o crime foi elucidado a partir da quebra do sigilo telefônico dos envolvidos, revelando conversas telefônicas e trocas de mensagens combinando detalhes do crime. Uma dívida de R$ 81 mil na compra de um carro foi um dos motivos para o duplo homicídio. O outro motivo aponta o sócio das vítimas e noivo do casamento como um dos mandantes do crime: uma cláusula do contrato de sociedade da faculdade que eles dividam previa que no caso da morte de um deles, todo o bem seria transferido para o outro.
Documentos e cheques foram apreendidos
Um grande volume de cheques e documentos foi encontrado na casa de um dos suspeitos de ser mandante do crime, entre eles três cheques com valores de até R$ 40 mil assinados pelo sócio do casal. Todo esse material ainda vai passar pela investigação. O sócio das vítimas se manteve em silêncio durante seu interrogatório.
Perdão de irmã da vítima
A irmã de Lúcia, Miriam Santana Pereira, disse na manhã desta terça-feira que a família estava aliviada com a solução do caso, mas destacou que o suspeito de ser um dos mandantes do crime chegou a consolar os familiares na noite do crime. "Eu não suspeitava do noivo [sócio] porque ele era amigo de todos e nos tratava com carinho, me chamava de tia e no dia do crime chegou a me abraçar para me confortar", disse. Mesmo assim, ela diz que perdoa os suspeitos e espera que a justiça seja feita.
G1PB
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