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Victor Mateus

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Garoto suspeito de 9 estupros é solto por falta de local para cumprir pena



                                  Adolescente é suspeito de cometer nove estupros em Luziânia, Goiás (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)

Um adolescente de 17 anos suspeito de cometer nove estupros foi liberado do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal, por decisão da Justiça. Segundo a medida, o local não tem condição de abrigar o menor, pois não possui ala de isolamento, e o garoto não pode ficar na mesma área que os outros internos, por haver riscos. A mãe do adolescente, porém, não concorda com a soltura do filho: "Morro de medo. Estou levando ele para a casa da minha filha. Eu tenho até dó dela, porque minha filha tem dois bebezinhos".
Ao todo, o adolescente ficou 45 dias internado. Como não há ala de isolamento no Case, ele permaneceu em uma sala do setor administrativo. Nesse período, o garoto não participou de nenhuma atividade educativa.
Segundo uma funcionária do centro socioeducativo que não quis ser identificada, laudos apontam que o adolescente sofre de vários transtornos psiquiátricos e não deveria ser solto. "Com certeza, ele não está preparado para voltar ao convívio social, pois a gente não conseguiu desenvolver um trabalho com ele, devido ao processo de greve. E, além do trabalho desenvolvido aqui, ele precisaria de outros tipos de acompanhamentos", afirmou.
Além do menor, outros nove adolescentes infratores foram liberados por causa da falta de estrutura do local. A situação do Case piorou após uma rebelião há cerca de duas semanas, quando internos destruíram duas alas, e a capacidade do prédio diminuiu ainda mais.
A coordenação do centro informou que havia comunicado ao Grupo Executivo de Apoio a Crianças e Adolescentes que a unidade não tinha condições de abrigar o menor. Como não obteve resposta do órgão, o Case recorreu ao Ministério Público, que pediu à Justiça a liberação do adolescente.
Mesmo com a decisão judicial, o presidente do grupo de apoio, André Luis Gomes Schroder, alega que o Case de Luziânia tem condições para internar o garoto. Schroder informou ainda que o menor estava instalado de forma provisória apenas enquanto as alas destruídas na rebelião passavam por reforma.

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