Um chaveiro dourado com a imagem do Papa João Paulo II é a única recordação material que o militar aposentado de Campo Grande Jordão Abreu da Silva Junior, 62 anos, tem do contato com o pontífice. Silva Junior pertencia à Aeronáutica quando foi escolhido para testar a blindagem do papa-móvel, fazer o transporte das bagagens e a segurança pessoal do então líder da Igreja Católica durante visitas ao Brasil.
O que Silva Junior não imaginava era que essa situação se repetiria 11 anos mais tarde, na segunda visita de João Paulo II ao país, desta vez em Campo Grande, quando foi escolhido para compor a linha de frente da segurança do pontífice. "Minha vida se entrelaçou duas vezes com a vida do Papa João Paulo II. Na primeira, o contato foi por mais tempo, mas na segunda, em 1991, foi mais próximo, apesar de mais rápido", lembra. Dentre as características do Papa citadas pelo militar estão o carisma e a santidade, qualidades tornavam o trabalho de Silva mais difícil por conta da proximidade que João Paulo II tinha com o povo.
"Ele era muito aberto ao contato dos fiéis e era teimoso, por isso era difícil de segurá-lo. Fugia ao protocolo de segurança, mas foi isso que o fez ser tão especial. Todas as pessoas que chegavam perto dele se emocionavam. Sentíamos a superioridade daquele homem. A alegria era tão grande que o riso não era suficiente e as pessoas choravam de alegria", recorda. Silva Junior está feliz com a canonização. "O tempo é muito pequeno entre a morte dele [Papa] e a canonização em relação ao Padre Anchienta, por exemplo. Mas acho progressista da parte da igreja reconhecer em pouco tempo", pondera. O militar diz que pretende acompanhar a cerimônia pela televisão.
G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário