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Victor Mateus

domingo, 15 de dezembro de 2013

Dois morrem em obras da Copa no AM




Dois morrem em obras da Copa no AMO operário José Antônio da Silva Nascimento, de 49 anos, morreu no fim da manhã deste sábado (14) enquanto trabalhava nas obras do Centro de Convenções do Amazonas (CCA), ao lado da Arena da Amazônia. O complexo deverá integrar a estrutura que está sendo preparada para a realização da Copa do Mundo de 2014 em Manaus. Familiares da vítima reclamaram das condições de trabalho no local.

De acordo com a cunhada do operário, Cleo de Souza Costa, um colega de trabalho ligou informando que Josê Antônio havia infartado e os familiares seguiram para a obra. No local, segundo ela, o corpo do trabalhador estava no chão, exposto ao sol.  

Os familiares criticaram as condições de trabalho no CCA. Segundo Cleo, José Antônio trabalhava sob pressão devido ao atraso na obra. "Ele trabalhava de domingo a domingo", afirmou outra cunhada da vítima, Priscila Soares. O Centro de Convenções deveria ter sido entregue em junho deste ano, mas a obra teve cronograma alterado e tem inauguração prevista somente para janeiro de 2014.

No Instituto Médico Legal (IML), a equipe informou ao G1 que o homem chegou a ser atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu. A família da vítima afirmou que o homem nunca apresentou problemas de saúde. "Ele fez exames há pouco tempo e nada foi constatado. Apesar do sobrepeso, ele nunca sentiu nada", contou o sobrinho, Isauro Gomes.

Revoltado, o sobrinho da vítima reclamou ainda que o IML demorou mais de 4h para remover o corpo. "Nos informaram que eles só tinham um carro, que estava sem combustível", disse. O Instituto negou a informação e justificou que a remoção foi realizada somente a tarde porque não havia confirmação da morte.

A obra do Centro de Convenções é realizada pelo Governo do Estado, por meio da Empresa Estadual de Turismo (Amazonastur), em parceria com o Ministério do Turismo. O CCA está dentro do perímetro de segurança da Fifa (Federação Internacional de Futebol) e, durante a Copa, deverá ser utilizado como local para reuniões e encontros importantes das delegações esportivas, segundo o Governo do Estado.

Ao G1, a Amazonastur afirmou que o homem estava realizando um serviço na área, contratado pela Secretaria da Região Metropolitana de Manaus (SRMM). O secretário titular da pasta declarou que a Agência de Comunicação do Amazonas (Agecom) enviará nota a respeito do ocorrido.

Apesar de estar localizada ao lado da Arena da Amazônia, a obra não é de responsabilidade da Unidade Gestora do Projeto (UGP) Copa.

Segunda morte no dia

Com o falecimento de José Antônio, esta é a segunda morte registrada em obras realizadas para a Copa do Mundo, em Manaus, neste sábado (14). Na madrugada, o operário da Arena da Amazônia, Marcleudo de Melo Ferreira, de 22 anos, caiu de uma altura de 35 metros. Ele foi encaminhado a um hospital, mas faleceu nesta manhã. As obras no estádio que sediará a Copa em Manaus foram suspensas até a segunda-feira (16), segundo a UGP Copa. Em maio deste ano, outro operário da arena, Raimundo Nonato Lima da Costa, de 49 anos, morreu enquanto trabalhava. Ele teria se desequilibrado e caído de uma altura estimada de cinco metros após tentar passar de uma coluna para o andaime, segundo a Polícia Militar (PM). A morte foi ocasionada por traumatismo craniano.

Em entrevista ao G1, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil do Estado do Amazonas (Sintracomec-AM), Cícero Custódio, ameaçou fazer greve e paralisar as obras no estádio. Segundo Custódio, as condições de trabalho na arena foram ignoradas devido ao atraso na entrega da arena. A UGP Copa não se pronunciou a respeito das declarações do sindicato.

Relatório do Ministério Público do Trabalho (MPT 11ª Região) divulgado em janeiro apontou condições de trabalho precárias no canteiro de obras do estádio. Na época, fiscalização surpresa flagrou operários sem equipamentos de proteção coletiva em locais com risco de queda ou de projeção de materiais, aberturas no piso sem sinalização, entre outras irregularidades, e classificou a situação como grave.



G1

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