Depois da intensa cobertura nacional e internacional da vinda do papa Francisco ao Brasil, o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus – a mais numerosa agremiação evangélica do Brasil – chamou de “covarde” a forma como o pontífice se referiu aos homossexuais no voo de volta ao Vaticano, após a Jornada Mundial da Juventude. Disse o papa, na ocasião: “se uma pessoa é homossexual e procura Deus e a boa vontade divina, quem sou eu para julgá-la?”.
“Depois a Igreja Católica reclama que está perdendo gente para a igreja evangélica. Falta-lhe condenar o pecado”, afirmou ainda.
As declarações do papa foram extremamente bem recebidas por grupos de defesa dos direitos homossexuais que, embora não tenham visto mudanças nas posições oficiais do catolicismo, elogiaram a abertura ao diálogo.
O alcance das palavras do pontífice teve ainda outro efeito no Brasil: um padre excomungado pela Igreja Católica por declarações a favor dos homossexuais, em Bauru (SP), entrou na justiça para reverter a decisão de sua diocese.
Cobertura desonesta
O deputado federal Marco Feliciano, outro pastor evangélico cuja falas têm grande repercussão, pronunciou-se sobre a vinda do papa.
Ele, porém, se mostrou de acordo com o conteúdo das declarações, mas não com a cobertura da imprensa.
“Ao fazerem uma matéria com o tema que fizeram, a mídia é desonesta, dá-se a entender que o papa liberou o que a bíblia proibiu”, disse Feliciano.
Feliciano já reclamou inúmeras vezes de perseguição religiosa contra evangélicos antes.
“Por que o papa é tratado como popstar, ovacionado, e eu, tão atacado?”, questionou-se durante a JMJ.
Exame
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