Começou às 8h desta terça-feira (5) - 2h em Brasília - a trégua de três dias proposta pelo Egito e aceita por Israel e facções palestinas, incluindo o Hamas, na Faixa de Gaza, após uma intensa pressão internacional para acabar com um conflito - que em 29 dias, deixou quase 1.900 mortos no território palestino. Quinze minutos antes do início do cessar-fogo, as tropas israelenses anunciaram a saída das tropas que haviam entrado em Gaza para a operação destinada a acabar com o lançamento de foguetes do Hamas e destruir os túneis usados pelos islamitas para infiltrar-se em território israelense.
"As forças de defesa de Israel serão redistribuídas em posições defensivas fora da Faixa de Gaza. Vamos manter essas posições defensivas", disse o tenente-coronel e porta-voz do Exército Peter Lerner.
As duas partes demonstram determinação em prosseguir com os combates quase até o momento do início do cessar-fogo, às 8h. As sirenes soaram em Jerusalém, Tel Aviv e nas regiões central e sul de Israel para uma última salva de 16 foguetes lançados a partir da Faixa de Gaza. Um projétil atingiu uma casa palestina perto de Belém (Cisjordânia), sem provocar vítimas, segundo testemunhas.
A aviação israelense realizou pelo menos cinco bombardeios na Faixa de Gaza, que não provocaram mortos nem feridos, antes do início da trégua, segundo correspondentes da AFP.
Mediação
Autoridades de Gaza disseram que 1.834 palestinos, a maioria civis, foram mortos no conflito. Israel confirmou que 64 de seus soldados morreram em combate, e os bombardeios palestinos mataram três civis em Israel. O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, celebrou a trégua de 72 horasacatada por Israel e pelo movimento radical islâmico Hamas na Faixa de Gaza, e pediu as duas partes que iniciem negociações para acabar com o conflito.
Em um comunicado, Ban solicitou "o início, o mais cedo possível, de negociações no Cairo para se alcançar uma trégua durável e tratar dos problemas que estão na origem" do conflito. "As Nações Unidas estão prontas para dar seu pleno apoio a estes esforços", destacou o secretário-geral.
Imediatamente após a reunião, o Egito comunicou as demandas a Israel, entre elas um cessar-fogo, a retirada de forças israelenses de Gaza, o fim do bloqueio do empobrecido enclave e a libertação de alguns prisioneiros.
Israel começou a desacelerar sua ofensiva, dizendo que o Exército alcançou o principal objetivo da operação terrestre: a destruição dos túneis usados pelos militantes para se infiltrar em seu território.
Uma autoridade palestina afiliada a uma das facções militantes disse que um cessar-fogo temporário ajudaria a abrir caminho para negociações mais abrangentes. "Caso Israel concorde com um cessar-fogo de 72 horas, o Egito o convidaria a enviar uma delegação ao Cairo para conduzir negociações indiretas sobre todos os temas”, declarou. O Egito já se posicionou como mediador em outros conflitos em Gaza, mas, como Israel, se opõe ao Hamas, e tem se empenhado em fechar um acordo que ponha fim aos conflitos. Já o Catar, que apoia o Hamas, ficou de fora das conversas egípcias, mas manteve consultas com a Turquia e com o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, com o propósito de encerrar a crise caso o Egito fracasse, disseram uma fonte do Golfo e uma autoridade do Hamas em Doha.
G1
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