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Victor Mateus

domingo, 17 de março de 2013

Ex-usuária de droga diz ter perdido 34 amigos em bairro de JP



Ex-usuária de droga diz ter perdido 34 amigos em bairro de JP"Perdi 34 amigos no meu bairro em um ano [2012]. A maioria a droga levou. A grande maioria era negra", relata Renata Wilma de Lima, 27, moradora do Mangabeira, maior bairro de João Pessoa.


"Estão matando não é só por causa da droga, mas por causa do conceito", revela.


"Se o 'boy' matar um, dois, três, aquilo ali é um conceito para ele. Vai ter uma moral dentro do bairro."


Separada, mãe de três filhos e ex-usuária de drogas, Renata tem planos de estudar e ser documentarista. Entre outras coisas, quer retratar sua comunidade, como afirma que já vem fazendo.


"Comecei a observar ao meu redor, meninos que eu vi crescer, peguei no braço. Comecei a ir a enterro, a ver aquelas cenas [de crimes] próximas de mim, e comecei a registrar [em fotos]", relata.


Renata Wilma de Lima, 27, moradora do Magabeira, maior bairro de João Pessoa, que disse ter perdido 34 amigos assassinados na cidade Renata diz ter deixado as drogas há 12 anos, quando entrou no Centro da Juventude, espécie de oficina com vários cursos em Mangabeira, onde conheceu a capoeira


Há alguns meses, conta, seu filho de 13 anos ia ao shopping com colegas quando precisou voltar às pressas para casa. No caminho, cruzou com outros jovens, no terminal de ônibus, que quiseram saber de onde ele era.


"''Ôxe, esse 'boy' é de Mangabeira, vamos quebrar.' Ele só não levou uma surra porque ele viu o [ônibus] 303 e correu para dentro", afirma.


Segundo o militante do movimento negro e jornalista Dalmo Oliveira da Silva, essa "cultura de violência" é recente em João Pessoa.


"É como se tivesse ocorrido uma espécie de importação de um modelo que acaba contribuindo para o glamour da bandidagem", declara.


No Mangabeira, o Centro da Juventude frequentado por Renata hoje é um prédio caindo aos pedaços, sem pintura e com fiação exposta.


A coordenação do local, ligada à prefeitura, informou que a reforma do imóvel atrasou, mas que está programada para começar em breve.



Folha

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