"Estão matando não é só por causa da droga, mas por causa do conceito", revela.
"Se o 'boy' matar um, dois, três, aquilo ali é um conceito para ele. Vai ter uma moral dentro do bairro."
Separada, mãe de três filhos e ex-usuária de drogas, Renata tem planos de estudar e ser documentarista. Entre outras coisas, quer retratar sua comunidade, como afirma que já vem fazendo.
"Comecei a observar ao meu redor, meninos que eu vi crescer, peguei no braço. Comecei a ir a enterro, a ver aquelas cenas [de crimes] próximas de mim, e comecei a registrar [em fotos]", relata.
Há alguns meses, conta, seu filho de 13 anos ia ao shopping com colegas quando precisou voltar às pressas para casa. No caminho, cruzou com outros jovens, no terminal de ônibus, que quiseram saber de onde ele era.
"''Ôxe, esse 'boy' é de Mangabeira, vamos quebrar.' Ele só não levou uma surra porque ele viu o [ônibus] 303 e correu para dentro", afirma.
Segundo o militante do movimento negro e jornalista Dalmo Oliveira da Silva, essa "cultura de violência" é recente em João Pessoa.
No Mangabeira, o Centro da Juventude frequentado por Renata hoje é um prédio caindo aos pedaços, sem pintura e com fiação exposta.
Folha
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