O economista e professor da Universidade de Toulose, na França, Jean Tirole, de 61 anos, conquistou nesta segunda-feira (13) o Prêmio Nobel de Economia de 2014 por seu trabalho sobre análise do poder e regulação de mercado. Tirole, que aparecia como um dos favoritos há anos, receberá um prêmio de 8 milhões de coroas suecas (US$ 1,1 milhão ou perto de R$ 2,4 milhões).
"Muitas indústrias são dominadas por um pequeno número de grandes empresas ou apenas por um simples monopólio. Deixados sem regulação, esses mercados frequentemente produzem resultados sociais indesejáveis - preços mais altos do que o dos outros motivados por custos, ou empresas improdutivas que sobrevivem por bloquear a entrada de novas empresas mais produtivas", afirma a Real Academia Sueca de Ciências sobre o contexto em que os estudos de Tirole foram realizados.
O prêmio de economia, oficialmente chamado de Prêmio Sveriges Riksbank de Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel, foi criado em 1968 e não fazia parte do grupo original de honrarias estabelecidas pelo magnata que criou a dinamite, definidas em seu testamento, em 1895.
Economistas dos Estados Unidos dominaram o prêmio Nobel desde 1994 - apenas alguns vencedores são de outras partes do mundo. Os economistas premiados raramente têm nomes conhecidos, mas a premiação já consagrou personalidades tais como Paul Krugman, Milton Friedman, Friedrich August von Hayek e Joseph Stiglitz.
Jean Tirole é o terceiro francês a receber o Nobel de Economia, depois de Gérard Debreu em 1983 e Maurice Allais, em 1988.
O prêmio Esta premiação encerra a edição dos prêmios Nobel de 2014, que teve início na segunda-feira passada com a reconhecimento do trabalho dos pesquisadores John OKeefe, May-Britt Moser e Edvard Moser. Os vencedores do prêmio descobriram a existência de células que formam um sistema de posicionamento no cérebro humano, uma espécie de "GPS" interno. Eles dividiram o prêmio de Medicina.
Na terça-feira, Isamu Akasaki, Hiroshi Amano e Shuji Nakamura receberão o prêmio de Física pela invenção de diodos de luz azul, que, em última análise, proporcionaram uma fonte econômica de luz branca.
Na quarta-feira foi anunciado o último Nobel científico, o de Química, para Eric Betzig, Stefan Hell e William Moerner por trabalhos que levaram a capacidade dos microscópios a um novo patamar.
Na quinta-feira, o Nobel de Literatura foi dado à escritor francês Patrick Modiano, por conta "da arte da memória com a qual evocou os destinos humanos mais inapreensíveis e jogou luz sobre a vida durante a ocupação".
Na sexta, o indiano Kailash Satyarthi e a paquistanesa Malala Yousafzay ganharam o Nobel da Paz de 2014 "pela sua luta contra a supressão das crianças e jovens e pelo direito de todos à educação".
Em 2013 No ano passado, foram premiados os economistas norte-americanos Eugene F. Fama, Lars Peter Hansen, da Universidade de Chicago, e Robert J. Shiller, da Universidade de Yale, por seu trabalho pioneiro em identificar as têndencias nos mercados financeiros.
Veja a lista dos últimos ganhadores
2013: Eugene F. Fama, Lars Peter Hansen, da Universidade de Chicago, e Robert J. Shiller (EUA)
2012: Alvin E. Roth (EUA) e Lloyd S. Shapley (EUA)
2011: Thomas Sargent (EUA) e Christopher Sims (EUA)
2010: Peter Diamond e Dale Mortensen (EUA), Christopher Pissarides (Chipre-GB)
2009: Elinor Ostrom e Oliver Williamson (EUA)
2008: Paul Krugman (EUA)
2007: Leonid Hurwicz, Eric Maskin e Roger Myerson (EUA)
2006: Edmund S. Phelps (EUA)
2005: Thomas C. Schelling (EUA) e Robert J. Aumann (EUA-Israel)
2004: Finn Kydland (Noruega) e Edward Prescott (EUA)
2003: Robert F. Engle (EUA) e Clive W.J. Granger (GB)
2002: Daniel Kahneman (Israel-EUA) e Vernon L. Smith (EUA).
G1
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