Com medo de golpes da concorrência e de ficarem com os estoques lotados, as lojas virtuais devem estar mais cuidadosas com os pagamentos em boleto eletrônicos feitos na Black Friday, que acontece no dia 28 deste mês.
"O que as lojas vem fazendo são ações de recuperação de vendas. Elas colocam atendentes para ligar para o consumidor que não pagou o boleto para tentar convencê-lo. Geralmente, essa estratégia consegue converter metade desses compradores", diz Maurício Salvador. Os produtos que ficam parados no estoque costumam ser vendidos nos saldões pós-Black Friday.
Tom Canabarro, cofundador da Konduto, plataforma brasileira especializada em análise de fraude e comportamento de compra na internet, diz que o problema pode ser mais profundo. Alguns concorrentes se aproveitam da situação para aplicar golpes.
"Já vimos casos em que uma loja compra diversos produtos da concorrente na opção de pagamento via boleto. A empresa segura o estoque, fica sem vender, e depois nenhum boleto é pago", diz.
Algumas empresas, segundo Canabarro, utilizam robôs para realizar essas operações. Apesar da prática ser antiética, o empresário da Konduto diz que é difícil provar que uma loja concorrente fez isso.
Por todos esses motivos, Sacco, da SafetyPay, afirma que muitas lojas devem optar por não disponibilizar o pagamento via boleto bancário na Black Friday.
"O custo de estoque para uma empresa é relevante. Se você fica dias com o estoque parado, ica com dinheiro parado também. Além disso, quanto mais produtos estocados, mais espaço você precisa ter", explica.
Já Salvador acha difícil que as lojas de comeercio eletrônico abram mão dos boletos. "O boleto tem uma liquidez maior: demora para ser compensado mas entra na conta da loja rapidamente. Além disso, 15% das operações são feitas dessa maneira. É um percentual muito significativo."
IG
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