No grupo de pessoas com menos de 15 anos, essa foi a causa de morte de mais de 140 mil meninos e meninas, duas vezes mais que o número de mortes por tuberculose (quase 70 mil). O sarampo, em comparação, matou 145 mil pessoas, em todos os grupos etários, em 2013, segundo a OMS.
O órgão da ONU informou que a maior parte das mortes por afogamento em 2012 (cerca de 90%) está concentrada em países menos desenvolvidos, especialmente na África, no sul da Ásia e nas regiões do Pacífico ocidental.
Os homens têm o dobro de chance de ser vítimas de afogamento que as mulheres, acrescentou o relatório. Brasil
No Brasil, 3,3 pessoas em cada 100 mil morreram afogadas em 2011 - o último dado disponível. A taxa é inferior à de países como Belarus (8) ou Belize (10), mas está acima da de vizinhos sul-americanos como Argentina (1,7), Colômbia (2,4) e Venezuela (2,1).
Foi a primeira vez que a OMS fez um levantamento exclusivamente sobre o número de mortes provocadas por afogamento no mundo. "Esforços para reduzir a mortalidade infantil trouxeram ganhos expressivos nas últimas décadas, mas também revelaram outros assassinos ocultos na infância", afirmou Margaret Chan, diretora-geral da OMS.
"O afogamento é um deles ? e pode ser evitado. Governos locais e federais devem reconhecer esse problema e tomar as medidas cabíveis articuladas pela OMS", acrescentou.
Riscos
Uma das principais conclusões do relatório diz respeito à idade das vítimas. Quanto mais jovens, mais suscetíveis a morrer afogadas. Em 48 dos 85 países analisados, por exemplo, o afogamento estava entre as cinco principais causas de morte de crianças de até 15 anos.
Segundo a OMS, outro fator de risco é o grau de exposição do indivíduo à água. Pessoas que vivem da pesca ou pescam para comer estão mais propensas a morrer afogadas. O mesmo ocorre com crianças que moram nas proximidades de canais, valas, piscinas ou lagoas.
O afogamento responde por 75% das mortes em inundações, cada vez mais frequentes devido ao aquecimento global, acrescenta o órgão da ONU.
Segundo a OMS, os riscos de afogamento são maiores em países de classe baixa ou média, onde mais pessoas vivem em áreas sujeitas à inundação. Muitas vezes, por causa da falta de desenvolvimento nesses locais, a mobilidade dos moradores é limitada em eventuais desastres naturais.
Há também outros fatores de risco como: crianças brincando perto dágua sem supervisão de adultos, condições médicas, como epilepsia, e ingestão de álcool.
Nos Estados Unidos, afirma a OMS, os custos diretos e indiretos das mortes por afogamento somam cerca de US$ 273 milhões (cerca de R$ 710 milhões) por ano. No Canadá e na Austrália, a cifra é de US$ 173 milhões (R$ 450 milhões) e US$ 85,5 (R$ 222 milhões), respectivamente.
Prevenção
O relatório da OMS recomenda a construção de barreiras como forma de reduzir as mortes por afogamento.
As medidas incluem tapar bueiros, cercar piscinas e usar travas nas portas para restringir a movimentação, sobretudo de crianças nas proximidades de áreas com abundância de água.
Outra sugestão do órgão é sempre manter os mais jovens sob supervisão de um adulto e, quando possível, ensiná-los não só a nadar, mas também a tomar medidas de seguranças em regiões onde o risco de afogamento é maior.
A OMS também chama atenção para a criação e o fortalecimento de políticas efetivas e legislações sobre o tema, além da prevenção contra alagamentos e enchentes, como sirenes e um planejamento urbano adequado.
Assessoria
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